segunda-feira, 22 de setembro de 2008

J.BORGES MESTRE DO CORDEL


José Francisco Borges, J.Borges, como é conhecido mundialmente, é um dos mestres da literatura de cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido do mundo.

J. Borges ilustrou capas de cordéis, livros, discos, e já expôs na Venezuela, Alemanha, Suíça, México e Estados Unidos, onde foi tema de uma reportagem no The New York Times, que o apontou como um gênio da arte popular.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A INSPIRAÇÃO NO CORDEL DE J.BORGES



"Comecei escrevendo cordel, e precisei ilustrar o cordel. Peguei um pedaço de madeira, plainei, ai eu fiz. Levei na gráfica pra fazer uma prova, e vendi bem. Aí parti para fazer o segundo. Quando eu já estava com três ou quatro publicados, outros cordelistas pediram desenhos pra mim. Passei cinco ou seis anos só fazendo isso, pra mim comer. Aí depois surgiu esse pessoal de fora pedindo pra fazer maior. (...) Hoje escrevo muito humor, a vida anda um pouco sacrificada né, o povo ouve tanta cena de miséria por aí, então o cordel entrou no humor e está vendendo muito." J.BORGES

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

J.BORGES A LEITURA E O CORDEL

J. Borges começou vendendo folhetos de cordel. Aprendeu a ler e a escrever para conseguir ler os versos de cordel. Publicou o seu primeiro cordel em 1964, "O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina", com ilustrações de Dila. Vendeu cinco mil exemplares em sessenta dias. O artista revela que teve que aprender a fazer as próprias gravuras para ilustrar os seus folhetos.


Sobre o futuro do cordel o artista diz que "só não se vende mais, porque acabaram os cordelistas de feira, antigamente, eram muitos os criados sem escola, sem nada, que partiam para criar cordel, sem pedir nada pra ninguém. Hoje não trabalham, a mentalidade é outra, não se dedicam a nada, e vão pedir, se acostumam e ficam marginalizados. A maioria começa pedindo, e depois se intoxica. Entra nisso, e no meu tempo não, no meu tempo ia escrever, estudar, desenhar."




ARIANO SUASSUNA E O CORDEL DE J.BORGES

J. BORGES é um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e um dos xilogravuristas brasileiros mais reconhecidos no mundo. Começou aos vinte anos, vendendo folhetos de cordel, mas antes, trabalhou na roça, foi pintor, carpinteiro, e pedreiro.

O reconhecimento veio quando o escritor Ariano Suassuna descobriu o seu trabalho e o designou como o maior artista popular do nordeste."Ariano disse que eu era o melhor, e o povo acreditou, e aí o serviço foi aumentando".

Depois, foi convidado a dar aulas na Universidade do Novo México, e para expor no Texas e na Europa. Suas xilogravuras ilustram o livro "As Palavras Andantes", do escritor uruguaio Eduardo Galeano, e foi o único artista latino americano a participar do calendário da Unicef.

SEVERINO MILANÊS POR J.BORGES




O artista pernambucano J.Borges, aos 72 anos, continua trabalhando, produzindo obras sob encomenda. Para ele só não está vendendo mais cordel porque acabaram os cordelistas de feira. "Antes tinha muito, você andava em Caruaru e tinha seis ou sete cantando, hoje você não encontra nenhum. Agora tem algum na Paraíba, e algum no Alagoas. Por aqui não tem mais, ficaram velhos, uns foram para São Paulo, e desapareceram. Não existe mais aquelas rodas de cordel(...) Quando o cara fica chega a uma certa idade fica difícil, e tem que ter muito jogo de cintura para vender cordel".
Neste vídeo ele fala sobre o poeta Severino Milanês e recita um trecho de uma das suas pelejas - desafio na literatura de cordel.

J.BORGES E O ESCRITOR URUGUAIO EDUARDO GALEANO



J.BORGES fala de sua convivência com o escritor uruguaio Eduardo Galeano, para o qual ilustrou o livro "As Palavras Andantes" publicado em português, espanhol e inglês.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A VIDA SECRETA DA MULHER FEIA




Aos 72 anos, J.Borges continua trabalhando, produzindo obras sob encomenda.
Sobre o futuro do cordel, diz "Hoje escrevo muito humor, a vida anda um pouco sacrificada né, o povo ouve tanta cena de miséria por aí, então o cordel entrou com humor e está vendendo muito."
A vida secreta da mulher feia é um dos seus mais de 200 cordéis, aqui, recitado pelo próprio artista.

O ENCONTRO DE PINTO COM ZÉ LIMEIRA NO CÉU

J. Borges é um dos mestres do cordel. Nasceu em Bezerros, município de Pernambuco e é o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo. Sua carreira teve ínicio no ano de 1964 aos 29 anos de idade escrevendo, ilustrando, publicando seus folhetos e fazendo xilogravuras. Hoje aos 72 anos, o artista pernambucano expõe suas obras impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos vendidas por todo Nordeste.

No vídeo você confere a simplicidade deste grande artista brasileiro recitando um dos seus cordéis.


J. BORGES

José Francisco Borges, conhecido como J. Borges, nasceu a 20 de dezembro de 1935, no município de Bezerros, Pernambuco, onde deu início a sua vida artística e onde reside até hoje, escrevendo, ilustrando e publicando os seus folhetos.

Ele começou a trabalhar aos dez anos de idade na agricultura, e negociava nas feiras da região, vendendo colheres de pau que ele mesmo fabricava.

Em 1964, começou a escrever folhetos e a fazer xilogravuras, entalhando pinho e imburana.
A década de sessenta foi um marco na vida do artista: sua obra e sua técnica, conhecida por tacos, passou a ser reconhecida nacionalmente como uma atividade cultural.


Com o passar do tempo, em sua oficina montada próximo à sua residência, que inicialmente fabricava figuras para ilustrar apenas suas histórias, chegou a produzir mais de 200 cordéis e xilogravuras de capa.

Hoje essas xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte.

Os temas mais solicitados em seu repertório são: o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrução, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o universo cultural do povo nordestino.

Segundo o artista, dentre todas as xilogravuras que já fez, a sua preferida é A chegada da prostituta no céu, feita em grande estilo, em 1976 que, por sua originalidade, foi alvo de atenção e de grande aceitação pelo público.

J. Borges tornou-se um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco, publicou vários álbuns de xilogravuras e alguns de luxo.

Com a fama, a família de xilogravadores cresceu, incluindo filhos do artista, irmão, sobrinhos e primos, graças às aulas do grande mestre e artista popular J. Borges, que soube cultivar a semente da arte de criar figuras exóticas a partir das histórias e das lendas populares, que impregnam o espírito do mestiço nordestino.

Publicado pela Fundação Joaquim Nabuco